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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rota dos Museus

SOLAR DO JAMBEIRO: Foi construído em 1872 pelo português Bento Joaquim Alves Pereira, que, no entanto, nunca residiu nele. Em 1892 foi vendido ao diplomata dinamarquês Georg Christian Bartholdy após ter servido de residência ao Médico Julio de Magalhães Calvet e ao pintor Antônio Parreiras.

De acordo com descrição técnica do SPHAN, o sobrado apresenta fachadas totalmente revestidas de azulejos portugueses de padrão e beirais constituídos por telhões de louça. Ao centro da fachada principal, no térreo, uma varanda-pórtico com estrutura de ferro fundido e lambrequins documentando a presença de elementos da Revolução Industrial. Sobre o vão central aparece a data de 1872 em cartela desenhada em azulejos. As janelas em folhas de vidro e postigos interiores apresentam bandeiras, também em vidro, com desenhos de taça da qual saem curvas caprichosas. Segundo o mesmo técnico os azulejos desse prédio constituem um dos mais importantes conjuntos de azulejos do século XIX existentes no Brasil.

MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS: Nasceu em Niterói em 20 de Janeiro de 1860. Iniciou seu aprendizado em desenho, complementado em 1883 na Academia Imperial de Belas Artes, quando ainda criança. Transferiu-se para a Europa em 1888, fixando-se em Veneza, onde sofre forte influência dos mestres do passado em especial de Tiepolo Canalleto e Guardi.

Retorna ao Brasil, sendo nomeado professor interino da cadeira de paisagem na Academia de Belas Artes. Jornalista e escritor publicam suas

memórias em 1926. Faleceu em 17/10/1937. Com a finalidade de preservar e divulgar a obra de Antônio Parreiras foi fundado o Museu Antônio Parreiras, com um acervo que reuni cerca de 600 peças ligadas às mais variadas tendências estéticas da arte nacional além de uma coleção estrangeira bastante significativa.

Instituído pelo Decreto Lei nº 219 de 24 de Janeiro de 1941, o Museu foi inaugurado em 21 de Janeiro de 1942 como o primeiro museu brasileiro dedicado a um só artista. Sua sede, antiga residência do pintor, construída em 1893, está situada em parque arborizado de 5.000 m², formada por três prédios autônomos. A fachada principal da casa, de composição simétrica e janelas retangulares, apresenta um relevo com esfinge de Raphael Sanzio, pintor renascentista do séc. 16. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

MUSEU DO INGÁ / MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: Construída por volta de 1860, pelo médico José Martins Rocha, a casa é vendida ao Industrial Português José Francisco Correia – Visconde de Sande e depois Conde de Agrolongo (Títulos recebidos em Portugal).

Em 1903, o Conde retira-se para Portugal e põe a residência a leilão com todos os seus pertences, não aparecendo comprador. Pela mesma época a Capital era transferida de Petrópolis para Niterói e o Governador Nilo Peçanha resolveu adquirir o palacete para sede do governo, consumando-se a venda em 1904. Durante os 71 anos seguintes, tiveram o Palácio, 43 ocupantes entre governadores interinos e interventores federais.

Com a Fusão, o Palácio perdeu sua finalidade. Foi criado, pelo 1º Governador da Fusão o Vice-Almirante Faria Lima, a Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro, sendo o Palácio Nilo Peçanha utilizado para a implantação do Museu de Artes e Tradições Populares, inaugurado em 18 de Março de 1976 e Museu

Histórico do Estado do Rio de Janeiro inaugurado em 23 de Março de 1977.

Funcionaram como unidades administrativas independentes, embora ocupando o mesmo espaço. Porém, em 1991 através de decreto os Museus passaram a constituir uma unidade com a denominação de Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro.

O acervo é constituído de aproximadamente 4.800 peças entre mobiliário, porcelana, acessórios de indumentária, cristais, esculturas, fotografias e numismática; possuía cessão de uso da Pinacoteca Lucílio de Albuquerque com cerca de 120 obras e de diversos artistas como Iberê Camargo, Navarro da Costa, Ângelo Bertoni, Antônio Parreiras, Jordão de Oliveira Nunes, August Petit, Francisco Pons Arnau, Georgina de Albuquerque, Dakir Parreiras e Quirino Campofiorito. Entre as variadas expressões de cultura popular destacam-se peças de indumentária e complementos de folguedos e danças folclóricas, artesanato fluminense e de outros estados, instrumentos de trabalho doméstico e rural, objetos afro-brasileiros, objetos representativos de festas populares, adornos e utensílios domésticos, brinquedos, ex-votos, literatura de cordel, artesanato indígenas etc...

Dentre esse acervo variado destacamos peças de Mestre Vitalino, Zé Caboclo, Carrancas do Guarani, esculturas de Mudinho. Ainda funciona uma oficina de gravuras e outra de escultura coordenada pelo artista plástico Maurício Bentes, além de cursos, teatro, música, diversas exposições e eventos variados.

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA – M.A.C. : Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Museu, construído no Mirante da Boa Viagem, local privilegiado que se debruça sobre as águas da Baía da Guanabara e leva o olhar do visitante até o outro lado, onde estão o Corcovado e o Pão de açúcar. Niemeyer afirmava que ao visitar o local “imaginou o museu como qualquer coisa solta na paisagem, um pássaro branco a se lançar sobre o céu e o mar de Niterói”; o que quer dizer um supremo respeito à paisagem.

O Museu conta com a coleção de João Satamini, uma das mais importantes do país, com uma amostragem significativa de tudo que vêm atualizando a nossa arte, desde os anos 50. Mais um passo para tornar Niterói, a Capital da Cultura Brasileira. O Museu tem sido considerado um referencial turístico mundial. “A arquitetura de Niemeyer está plantada na terra, mais levita”.

O Museu de Arqueologia não está na rota dos Museus.

MUSEU DE ARQUEOLÓGIA DE ITAIPU: O Museu de Arqueologia de Itaipu tem como objetivo principal o desenvolvimento de um programa educativo-cultural voltado para as escolas e a comunidade local, através da divulgação de material arqueológico pré-histórico. Seu acervo é composto por objetos testemunhos dos povos que viveram na região antes de 1500 e traduzem elementos de sua cultura material. São machados de pedra, pontas de ossos, lascas de quartzo com variadas funções, polidores, peças cerâmicas e conchas provenientes dos sítios arqueológicos do litoral fluminense. Boa parte dessa coleção – 966 peças – foi

doado ao Museu pelo antigo Agente Federal de Fiscalização de Pesca e arqueológico amador Hildo de Mello Ribeiro, que viveu em Itaipu por cerca de 20 anos. Aberto ao público pela primeira vez em 1977, o Museu de Arqueologia de Itaipu dispõe de uma sala para exposição de material arqueológico e um espaço para exposições temporárias e eventos diversos na antiga Capelinha do Recolhimento. As visitas guiadas, dirigidas em especial a estudantes do pré-escolar e do 1º grau, devem ser marcadas com antecedência na secretaria do Museu.

Complexo dos Fortes

FORTES DO IMBUÍ E BARÃO DO RIO BRANCO: Na Praia de Fora, hoje conhecida como praia do Forte Rio Branco, foi criado em 1555, um Observatório que, em 1567, é armado e transformado em Bateria, com a construção das primeiras bocas de fogo. Essa Bateria derrota, em 1596, a esquadra holandesa chefiada por Van Noorth e, em 1710, a expedição francesa de Duclerc.

Em 1863, na Ponta do Imbuí, teve início a construção da fortificação nascida com o nome de Forte D. Pedro II, a cargo do engenheiro militar niteroiense Henrique de Beaurepaire Rhoan, encarregado pelo Imperador da execução de um plano de melhoramento das fortificações do litoral fluminense.

O projeto inicial previa a ligação por terra à Bateria da Praia de Fora, criando-se, assim, a necessidade de construção de um segundo forte, inicialmente chamado Forte da Praia de Fora. Em 1893, esse Forte passa a denominar-se Forte Marechal Floriano Peixoto, em virtude da posição tomada pelas guarnições militares sediadas naquela região em defesa do Presidente. A 25 de Novembro de 1938, passa a chamar-se Forte Barão do Rio Branco, em homenagem ao diplomata. À frente de seu portão de entrada estão os dois canhões que abriram fogo contra Duguay Trouin, na invasão francesa de 1711.

A construção da fortificação mais tarde denominada Imbuí ficou paralisada por alguns anos, tendo sido reiniciada em 1893, por ocasião da Revolta da Armada. São então colocadas as cúpulas de ferro e níquel importadas da Alemanha, instalados os canhões alemães Krup e construídas as torres para os canhões. O construtor da época utilizou cantarias de pedras retiradas da própria costa e cimentadas com óleo de baleia, cal de conchas e mariscos. Finalmente, a 24 de Maio de 1901, são inauguradas as instalações do Forte, então denominado Forte do Imbuí, que está desativado há vinte e um anos.

Os dois fortes são ligados por pequena estrada cercada de árvores e praias e compõem, com o Forte do Pico, um conjunto localizado numa área de três milhões e duzentos mil metros quadrados, dos quais 2.800.000 m² são áreas preservadas de Mata Atlântica, com manifestações zoológicas (preguiças, saguis, corujas nativas, etc...)

Local: Avenida Marechal Pessoa Leal, 265 – Jurujuba.

Tel.: 2618-2643 /3611-1161 - Fax: 2711-0166

E-mail: rp21gac@yahoo.com.br

Sede do 21° Grupo de Artilharia de Campanha – 21° GAC

Grupo Monte Bastione - Comandante: Tenente Coronel Adilson Carlos Katibe

Capitão Glauber (Comunicação Social)

Visitação: Sábado a Domingos e Feriados das 10hs às 17hs.

FORTE DO PICO OU DE SÃO LUIZ: A 230 metros de altura, no morro do Pico, com entrada pelo Forte Barão do Rio Branco, estão plantadas as ruínas do conjunto arquitetônico que, no século XVIII, abrigou as fortificações do Pico ou São Luiz.

Em 1715, dá-se início à construção do Forte do Pico, que tem suas instalações inspecionadas, em 1762, pelo Marquês do Lavradio, considerando-se o Forte em condições de funcionamento em 1770. Em 1775 é fundado, sob ordem do mesmo marquês, o Forte de São Luiz, que tem sobre o portão de entrada, o seguinte dístico: “Josepho I. Imperante, Fidel.mo Portugaliae Rege, Provident.mo Príncipe, Arx Haec, Divo Aloisio Sacrata. Fundata est. 1775”. Em 1891, na mesma época da desativação das fortificações brasileiras, os dois fortes são ligados, passando a constituir um único conjunto, hoje denominado Forte do Pico ou de São Luiz, indiferentemente.

Essa fortificação, dada sua altura e localização, protegia a entrada da barra, toda a Baía de Guanabara e a Fortaleza de Santa Cruz de possíveis ataques. Sua ação militar mais conhecida, entretanto, ocorre já na República, por ocasião de rebelião liberada pelo 2º Sargento Silvério Macedo, em 1º de Janeiro de 1892, com o objetivo de restituir o governo a Deodoro da Fonseca. As tropas rebeladas tomam a Fortaleza de Santa Cruz, libertam os prisioneiros, tomam posse dos canhões e de todo o armamento e prendem os oficiais, passando a atirar contra a Fortaleza de Laje. Do Forte do Pico saem dois batalhões que dominam os revoltosos, já bombardeados, por mar, pelos navios comandados pelo próprio Ministro da Marinha, Almirante Custódio de Melo. Mais tarde, este Almirante lidera a Revolta da Armada, sendo derrotado exatamente pelas tropas da Fortaleza de Santa Cruz e Forte do Pico, que se mantiveram fiéis ao governo republicano de Floriano Peixoto.

Em 1918, sendo Presidente da República Wenceslau Braz, foi concluída a

construção de outra fortificação, na parte mais elevada do morro, contando com modernos e eficientes obuseiros de 280 milímetros, importados da Alemanha, mas considerados, já em 1965, obsoletos, tendo sido o Forte desativado.

Atualmente, as construções do Pico ainda preservam com imponência e grandiosidade guaritas e muros de pedra já cobertos de vegetação, dois imponentes portões de acesso, corredores, galerias e túneis carregados de mistério e largos pátios rochosos. Do alto do Pico, avista-se, de um lado, Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, e de outro, o Forte do Imbuí e a infinitude atlântica, numa visão absolutamente deslumbrante.

Local: Acesso pelo Forte Barão do Rio Branco.

E-mail: rp21gac@yahoo.com.br

Tel.: 2711-0366 / 2710-7840

Sede do 21° Grupo de Artilharia de Campanha – 21° GAC

Grupo Monte Bastione - Comandante: Tenente Coronel Adilson Carlos Katibe

Capitão Glauber (Comunicação Social)

Visitação: Sábados, domingos e feriados Nacionais das 09hs ás 17hs.

FORTALEZA DE SANTA CRUZ: Em 1555, o Almirante francês Nicolau Durand de Villegaigon montou duas bocas de fogo no pequeno promontório localizado à direita de quem entra na barra do Rio, controlando o canal, e alcançando com fogo os Fortes de Copacabana, Laje, São João e Imbuí. Estava instalada a fortificação que seria dominada em 1567 pelo Governador-Geral Mem de Sá e elevada, no mesmo ano, à categoria de Bateria, por Salvador de Sá, que lhe deu o nome de Bateria de Nossa Senhora da Guia. Em 1599 impede-se, da fortificação, a entrada na baía de Guanabara da esquadra do corsário holandês Oliver Van Noorth.

Já em 1612, contando então com vinte bocas de fogo, passa a ser chamada de Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo seu regimento aprovado em 24 de Janeiro de 1613 por D. Álvaro Silveira e Albuquerque Governador da cidade, que foi o responsável pela ordem de construção de cinco celas na rocha, com dois metros de altura e sessenta centímetros de largura, destinadas a presos políticos.

Durante todo o século XVIII e até o início do século XIX à Fortaleza é mantida em

completo e permanente estado de guerra. Em Dezembro de 1831 passa a funcionar como presídio político, contando com câmara de tortura e praça de enforcamento. Esta situação perdura até 1911 e a Fortaleza volta a ser presídio do Exército em 1968.

No século XIX, década de 60, as instalações são ampliadas: constroem-se duas ordens de casamatas (vinte no 1º andar e vinte e uma no 2º) e uma bateria com canhões de maiores calibres, erguem-se as muralhas, é concluída a reconstrução do paiol de pólvora e, ao lado do paiol grande, é construído um salão com mais de 200 m², com teto de pedras de granito abobadadas, talhadas a mão e ligadas com óleo de baleia, cal e mariscos triturados. Em 1882, a Fortaleza é dotada de enfermaria, farmácia e iluminação a gás carbônico.

Nessa ocasião, a Fortaleza cedia o quartel do 1º Batalhão de Artilharia a Pé, criado em 18 de Novembro de 1879. A 1º de Agosto de 1917 é criado o 1º Grupo de Artilharia de Costa. A 05 de Julho de 1922 a Artilharia bombardeia o Forte de Copacabana e a 04 de Novembro de 1924 responde a bombardeio do encouraçado São Paulo que, entretanto, consegue transpor a barra. O último disparo produzido pelas tropas da Fortaleza de Santa Cruz foi um tiro de advertência, em 1955, contra o cruzador Tamandaré.

A Fortaleza de Santa Cruz, com seu complexo arquitetônico imponente e grandioso, causa ao observador o impacto do susto e o apaziguamento da beleza. As celas de prisioneiros, a lembrança das câmaras de tortura, as grades impenetráveis que miram a antiga forca vigiada por guarita interna, as marcas de fuzilamento no paredão, falam de tempos remotos e até mais recente que devem ser documentados para não serem repetidos; a capela de Santa Bárbara, em estilo colonial, a visão do mar e do céu em eterno encontro e a presença da força do homem em construção que desafia a natureza, são elementos representativos da esperança de que a Fortaleza seja, para sempre, apenas isto: um documento histórico da capacidade humana, um lugar em que se encontre a possibilidade de reverenciar o encontro da produção cultural, artística e artesanal com o mundo natural.

Mercado são Pedro

Inaugurado no dia 29 de junho de 1971, conta Ângelo Castro, primeiro presidente do mercado, que os integrantes do velho mercado da Rua Marquês de Caxias se reuniram, compraram o terreno e organizaram a firma “Comercial São Pedro Ltda.”. Um dos fatos importantes da história do Mercado de São Pedro, é que, após a conclusão do prédio, a Prefeitura insistia em não conceder licença para o funcionamento dos seus 75 boxes, o que levou meses para ser obtido. Ao longo dos anos, o Mercado consolidou a funcionalidade de suas instalações e alcançou posição destacada no setor pesqueiro, preferido por consumidores de vários estados e municípios.

Fonte: Matéria de revista

Especializado em peixes e frutos do mar, o Mercado do Peixe segue os moldes de casas bem sucedidas de Lisboa, Paris, São Francisco e das tradicionais cidades asiáticas onde o cliente escolhe seu pescado (vendido a quilo e inteiro), a quantidade e a forma como será preparado. Os peixes não conhecem nem freezer nem resfriamento: os pescados saem da peixaria que fica dentro do restaurante e vão direto para a brasa, fogão ou forno. - (Pescados - Colônia Z8)

Funcionamento: 3º à sábado das 6h às 16h / Domingos e feriados de 6h às 14h.

Rua Visconde do Rio Branco, 55 - Centro - Tel.: 2620-3446.

Portugal Pequeno

O bairro da Ponta d’Areia, onde hoje se situa o Portugal Pequeno, tem quatro séculos de história, começando a se desenvolver em torno da pesca e da industrialização das baleias, na época um dos negócios mais rentáveis para a colônia portuguesa. Os primeiros portugueses a ocuparem o local, atraídos pelas oportunidades de empregos, eram ferreiros, torneiros, carpinteiros e calafates. Terminando o ciclo das baleias, os galpões e armazéns passaram a servir de quartel provisório para a divisão dos Voluntários Reais, tropas que vieram de Portugal e depois seguiram para o Uruguai.

O processo de urbanização do século XIX, na Ponta D’Areia, se desenvolveu graças à presença lusitana. Surgiram ali pequenas oficinas e estaleiros de reparos navais, nos quais predominava a mão-de-obra portuguesa, e se desenvolveu a primeira indústria naval brasileira.

No século XX, o bairro da Ponta D’Areia foi o ponto de encontro de quase todos os portugueses que escolheram Niterói como sua Segunda terra natal. O nome Portugal Pequeno data deste período, principalmente pela forte presença

lusitana na localidade. Depois, com o crescimento da cidade e o declínio da produção naval, muitos portugueses foram embora da região. Os dois símbolos do local é a Banda Portuguesa e o Café Decolores com suas comidas típicas onde predomina o bacalhau. O outro símbolo da presença marcante dos portugueses na região é a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, cuja imagem foi trazida de Portugal em 1929. O assim chamado Portugal Pequeno é composto por casas térreas ou de dois pavimentos, todas de implantação tradicional e alguns cortiços, num programa arquitetônico do último quarto do séc XIX, que serviu para habitação multi familiar dos portugueses que chegavam ao Brasil.

Oito meses de um meticuloso projeto arquitetônico devolveu a beleza ao casario e trouxe de volta a ambiência portuguesa, perdida ao longo do tempo. A idéia é preservar o espaço urbano e recuperar a qualidade de vida da área.